Como o Blockchain vai transformar o mercado digital

Como o Blockchain vai transformar o mercado digital

Cryptocurrencies, Bitcoins, Ethereum, Blockchains…

Todos esses termos estão cada vez mais sendo mencionados ao redor do mundo e isso por conta da ascenção das moedas digitais e seu funcionamento baseado em blockchain.

Para ser sincero, até pouco tempo atrás eu também só ouvia falar mas nunca tinha tido contato, então vou tentar resumir de maneira simplificada

Afinal, o que é Blockchain?

Em resumo, o Blockchain nada mais é do que um sistema de contabilidade onde todos os registros são compartilhados e validados por diversas entidades anônimas, garantindo total transparência, uma segurança elevada e zero centralização da informação.

O Blockchain se tornou popular por ser o sistema utilizado para validar e efeturar as transações de Bitcoins.

Mas como assim?

Basicamente, para tentar exemplificar, imagine que existe um grande livro com registros onde várias pessoas anônimas têm uma cópia e seguem uma regra específica para adicionar uma nova linha de conteúdo.

Ao adicionar uma nova linha, todos que têm uma cópia deste livro validam se todas as outras linhas anteriores estão intáctas e se a nova linha adicionada está seguindo as regras determinadas.

Se esta nova linha estiver seguindo as regras e todos validarem, a linha é adicionada e todas as cópias deste livro são atualizadas com a nova informação.

Pronto, isto é Blockchain. Neste exemplo, o livro de registros são os ledgers e as pessoas que têm uma cópia do livro são os nodes.

Legal, mas e porque o Blockchain é bom?

São 3 grandes motivos:

  • 100% Transparente

Todos os registros e informações que são efetuadas por meio do blockchain são guardadas e ficam disponíveis para todos visualizarem.

Ou seja, TODA informação compartilhada é rastreável e todos podem saber de onde veio, para onde foi e como está

  • Extremamente mais seguro

Por conta do funcionamento compartilhado (P2P ou peer to peer), todas as informações efetuadas pelo blockchain são validadas por todos que têm acesso à ela e não podem ser alteradas.

Resumindo: não é possível alterar ou fraudar uma informação pois existirá uma rede grande de pessoas ou entidades que fazem a validação dessa alteração e se não for verídica, simplesmente não é realizada.

Não acredita? Imagine você fazer uma alteração em um livro publicado mundialmente.

Sua alteração não valerá de nada ao comparar com todas as outras cópias existentes no mundo.

  • Mantém nossa privacidade e é descentralizado

Tudo isso é realizado por meio de criptografia.

Todas as informações efetuadas ou transacionadas são criptografadas justamente para ninguém saber quem está validando ou efetuando uma transação.

Além disso, não existe uma entidade ou empresa que detém o controle ou direito dessas informações, pois todas elas são validadas pela comunidade que participa.

 

E o que isso tem a ver com o mercado de digital?

Bom, os 3 fatores acima fazem com que o blockchain seja um sistema de contabilidade e compartilhamento de informação com um potencial enorme de transformar a maneira com que lidamos com as informações e transações.

Isso pois ao invés de copiarmos as informações e registros, começamos a distribuir para todos que quiserem obtê-las e validá-las.

Veja alguns exemplos de como isso pode impactar o mercado digital:

 

Compra de publicidade digital

Utilizando um protocolo baseado em blockchain para mensurar os resultados de uma campanha digital, teremos menos problemas com discrepâncias de resultados entre as plataformas pois os resultados seriam compartilhados e acessívels a todos envolvidos.

Não importa qual seja a plataforma, todas teriam acesso à mesma informação.

E se aplicarmos esse conceito na hora de comprar os ads?

Eliminamos grande parte de bots e fraudes, afinal todos os anúncios comprados teriam um log, podendo ser rastreados.

Saberíamos quem vendeu, como vendeu e quando vendeu. Temos por exemplo a AdChain que foi criada especificamente para isso.

Além disso, se formos mais além, utilizar blockchain pode mudar completamente a maneira com que criamos nossa audiência.

Ao invés de utilizar diversas fontes de dados para compor uma audiência baseada em comportamentos digitais, as empresas poderiam utilizar cryptocurrencies para bonificar o usuário para compartilharem suas informações, ou até mesmo prestarem atenção em seu anúncio.

Parece louco?

Já existe uma moeda digital chamada Basic Attention Token, criada pelos idealizadores do browser Brave (um browser que bloqueia todo tipo de digital advertising) onde as empresas a utilizam para monetizar os usuários em troca de sua atenção em seus anúncios.

E também uma startup chamada BitClave que desenvolveu um mecanismo de busca que te recompensa por cada busca realizada e efetivada.

 

Métodos de pagamento e transferência de dinheiro online

Com o blockchain, podemos ter um fluxo de pagamento e recebimento de dinheiro muito mais direto, que conecta pagadores e vendedores independente de onde eles estejam, sem intermediários e com uma taxa extremamente menor.

Parece bobo, mas pense nas pessoas que trabalham fora de seu país natal e atualmente pagam taxas extraordinárias para enviar dinheiro para sua família.

A agilidade e economia com certeza faria uma grande diferença.

Ou no uso dessas tranferências em países subdesenvolvidos que maior parte da população é não bancarizada ou não podem confiar nos bancos pela altíssima inflação.

A startups Abra, AlignCommerce e Bitspark já começaram a atuar com esse conceito, oferecendo transferências ágeis, diretas e com menor custo, seja de moedas digitais ou não.

Também temos grandes bancos como Santander e UBS envolvidos em um projeto chamado Ripple que também compartilha do mesmo conceito.

 

Marketplaces e E-commerces

Hoje os marketplaces como Uber e AirBnB já seguem o conceito de descentralização utilizando algorítimos para controlar sua operação peer-to-peer.

O blockchain pode apenas impulsionar e agregar nessa dinamica adicionando mais possibilidades e transparência para os usuários no momento de contratação.

No lado de marketplaces e e-commerces de produtos, o blockchain elimina a necessidade da compra ser realizada em um player específico como Amazon.

Com o conceito de descentralização, os usuários podem comprar e vender produtos diretamente sem a necessidade de um intermediário, eliminando as taxas de venda nesses marketplaces.

Startups como a OpenBazaar e Storiqa  já estão desenvolvendo soluções para compradores e vendedores fazerem as transações diretamente sem necessidade de cadastros ou processos e com a possibilidade de pagamento em váras moedas digitais.

 

Logística e Supply-chain

IBM Blockchain

Atualmente a cadeia de logística e de supply-chain é composta por uma série de processos que são guardados em vários players ao longo de sua jornada, fazendo com que as informações não sejam acessíveis com agilidade e muitas vezes são discrepantes.

Pense no processo logístico de um e-commerce:

1. O pedido é recebido na plataforma que consulta e valida o estoque

2. O centro de distribuição recebe o pedido, faz o picking/packing e dá baixa no ERP

3. A transportadora ou correios coletam essas encomendas e cadastram em seu sistema

4. O sistema do e-commerce consulta o rastreio das encomendas e envia para os clientes

5. Os clientes recebem os códigos para rastrear e normalmente esperam alguns dias pois esses sistemas demoram para serem atualizados

Se aplicarmos blockchain nesse processo, eliminamos diversos sistemas intermediarios e conseguiremos otimizar o processo como um todo, desde à consulta de estoque até o rastreamento do pedido em tempo real.

Reduziremos delays e diminuiremos a chance de erros humanos.

A IBM já está investindo em um produto específico para esse mercado chamado IBM Blockchain e statups como Provenance e Skuchain estão trabalhando nesta solução também para produtores.

Uma pesquisa da Deloitte realizada com 99 empresas de supply chain, revelou que 87% das empresas vão aderir a essa tecnologia até 2020.

 

Cloud storage e Servers

Estamos acostumados com Dropbox, OneDrive ou Google Drive.

Todos esses são provedores de serviços de cloud storage que detêm todos seus arquivos em um banco de dados próprio certo?

É extremamente improvável, mas e se em algum momento esses arquivos somem devido a um ataque ou queda de servidor?

E se não precisarmos de um único banco de dados?

O blockchain pode proporcionar essa descentralização para o armazenamento de arquivos na nuvem, diminuindo a chance de ataques de hackers por conta da criptografia, perdas por falhas sistêmias e ainda com um valor muito menor.

Afinal, seriam “vários servidores” funcionando ao mesmo tempo, não apenas um. Storj é uma empresa que já está trabalhando nessa solução.

Se estrapolarmos ainda a imaginação, temos empresas como PlayKey que já utiliza esse tipo de solução para “alugar” computadores digitais por servidor para pessoas que não tem computadores bons para jogar.

Em resumo…

São várias as áreas em que o blockchain pode ser aplicado para otimizarmos os processos e aumentarmos o controle e transparência.

Expandindo um pouco do mercado digital, também poderíamos aplicá-lo para validar e controlar votações do governo, deixar contratos empresariais mais seguros ou até utilizarmos para validarmos experiência profissional e identidade em um nível global.

O fato é que por mais que o blockchain seja extremamente poderoso, ainda existem várias barreiras de experiência do usuário para que esta tecnologia ainda tenha grande aderência.

Mas mesmo assim, vale a reflexão, não é mesmo?

Para quem tiver mais curiosidade, clique aqui e acesse uma plataforma chamada ICOrating que lista as futuras moedas digitais que pretendem solucionar algum problema por meio do blockchain.